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O dólar encerrou a sexta-feira (14) em queda, marcando um valor abaixo de R$ 5,70 pela primeira vez desde novembro. No dia 7, a moeda dos Estados Unidos era negociada a R$ 5,6752.
O mercado financeiro demonstrava um certo alívio em decorrência do memorando de tarifas recíprocas para todas as importações destinadas aos Estados Unidos, uma decisão do presidente Donald Trump.
Na prática, essa ação tem como objetivo equiparar as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos para a importação de produtos de outras nações às taxas impostas por esses países para trazer produtos americanos.
Essas tarifas deverão entrar em vigor apenas a partir de 1° de abril, o que aliviou a pressão sobre o valor do dólar neste dia de negociação. Contudo, investidores e economistas expressam receios de que esse aumento nas tarifas possa afetar a inflação nos Estados Unidos.
No Brasil, a desvalorização do dólar se intensificou após a divulgação de uma pesquisa do Datafolha, publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, que revela que 24% dos eleitores brasileiros aprovam a administração do presidente Lula (PT), enquanto 41% desaprovam.
Esse é o índice mais baixo de aprovação durante os três mandatos do presidente Lula, e a desaprovação atinge um recorde. O mercado financeiro interpreta esses resultados como uma diminuição das chances de reeleição do presidente.
Além disso, novos dados sobre o mercado de trabalho foram divulgados, com a PNAD Contínua Trimestral, publicada pelo IBGE, revelando que a taxa anual de desemprego atingiu o menor nível histórico em 14 estados brasileiros em 2024.
O Ibovespa, que é o principal índice da B3, bolsa de valores do Brasil, apresentava alta.
Dólar
O dólar finalizou o dia com uma queda de 1,26%, cotado a R$ 5,6956. Confira mais cotações.
Com esse resultado, o dólar acumulou:
uma redução de 1,68% na semana;
uma queda de 2,43% no mês; e
um retrocesso de 7,83% no ano.
No dia anterior, a moeda teve uma alta de 0,10%, sendo negociada a R$ 5,7684.
Ibovespa
O Ibovespa estava em alta de 2,62%, marcando 128.122 pontos.
Na véspera, o índice havia subido 0,38%, alcançando 124.850 pontos.
Em termos acumulados, obteve:
um aumento de 0,19% na semana;
uma queda de 1,02% no mês; e
um crescimento de 3,80% no ano.
O que está influenciando os mercados?
As novas tarifas de Trump continuam a gerar repercussões entre os investidores globalmente. Na quinta-feira, o presidente americano anunciou a implementação de tarifas recíprocas para países que aplicam taxas sobre a importação de seus produtos.
O memorando, assinado na parte da tarde, não detalhou tarifas específicas para determinados países, mas definiu uma diretriz geral de reciprocidade voltada para nações que complicam o comércio com os EUA.
“Outros países podem reduzir ou até eliminar suas tarifas. Nosso objetivo é um sistema justo”, afirmou Trump em uma coletiva de imprensa na Casa Branca. Entre os exemplos da nova política tarifária, o governo americano mencionou o etanol brasileiro:
A tarifa imposta pelos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Em contrapartida, o Brasil estabelece uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol provenientes dos EUA. Como consequência, em 2024, os Estados Unidos importaram mais de 200 milhões de dólares em etanol do Brasil, enquanto as exportações para o Brasil somaram apenas 52 milhões de dólares.
As tarifas anunciadas por Trump reacenderam preocupações entre investidores e economistas ao redor do mundo. Isso ocorre porque o aumento das tarifas de importação tende a encarecer os preços dos produtos que entram nos EUA ou que dependem de insumos importados para sua produção.
Esse cenário não só exerceria pressão sobre a inflação nos Estados Unidos, dificultando eventuais cortes de juros por parte do Federal Reserve, o banco central americano, mas também poderia impactar os preços globalmente, elevando o risco de um aumento da inflação em níveis mundiais.
Além disso, taxas de juros altas nos Estados Unidos elevam o rendimento dos títulos públicos americanos, que são considerados os mais seguros do planeta. Isso tende a causar uma migração de capital estrangeiro para os EUA e a fortalecer o dólar em relação a outras moedas.
Um dólar valorizado também afeta a inflação global, visto que é a moeda principal para negociações comerciais. Isso pode pressionar os preços, principalmente das commodities, como combustíveis e alimentos.
Para o Brasil, as consequências são mais setorais, conforme Stefânia Ladeira, especialista em comércio exterior e sócia na Saygo Comex. Ela afirma que, apesar de o Brasil poder se beneficiar de retaliações comerciais contra os EUA, a cautela é fundamental.
“A elevação das tarifas pode reduzir dramaticamente o volume de exportações brasileiras para o mercado americano, o que impactaria setores que dependem desse mercado. O desafio será equilibrar as potenciais perdas com a busca de novos mercados e parcerias comerciais.”
No Brasil, um dos principais destaques foi o resultado da pesquisa Datafolha, que indica o menor nível de aprovação em todos os três mandatos do presidente Lula. O mercado acredita que as chances do petista em uma possível reeleição diminuíram.
Confira os números:
Ótimo/bom: 24% (anteriormente 35% em dezembro);
Regular: 32% (era 29% em dezembro);
Ruim/péssimo: 41% (era 34% em dezembro);
Não sabem: 2% (era 1% em dezembro).
O levantamento revela que, nesse mesmo momento do mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha uma taxa de reprovação semelhante: 40% consideravam seu governo ruim ou péssimo e 31% o avaliavam como ótimo ou bom.
A aprovação do governo Lula também caiu entre homens e mulheres, com apenas 24% de ambos os gêneros aprovando o presidente (em dezembro eram 38% entre as mulheres e 33% entre os homens).
Entre aqueles que recebem até dois salários mínimos, o Datafolha indica que a aprovação caiu de 44% para 29% de dezembro de 2024 até fevereiro. A margem de erro desse grupo é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre aqueles que recebem mais de dez salários mínimos, a taxa de aprovação caiu de 32% para 18%. Essa alteração está dentro da margem de erro, que é de 12 pontos percentuais, podendo variar para mais ou para menos.